Resistir ao trabalho alienado! Sabotar se preciso for!

Tyrone

Tu comerás o pão no suor do teu rosto, até que retornes a terra, pois dela foste formado. Porque tu és pó, e ao pó retornarás (Gênesis, 2:19).

O trabalho produz maravilhas para os ricos, mas produz a privação para o trabalhador. Produz palácios, mas casebres para o trabalhador. Substitui o trabalho por máquinas, mas lança uma parte os trabalhadores para um trabalho bárbaro e transforma os outros em máquinas. Produz inteligência, mas também produz estupidez e o cretinismo para os trabalhadores (K. Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos).

 

 

O capitalismo e o cenário atual de precarização do trabalho

O acentuado avanço tecnológico das últimas décadas, provocado por uma acirrada concorrência no domínio do capital monopolista nos níveis próprios de sua crise estrutural, constitui em nossos dias uma alteração fundamental nas relações de trabalho. O proletariado do mundo todo tem sofrido, com a atual reestruturação produtiva, um profundo processo de precarização em dimensões importantes da vida, tornando assim o trabalho alienado o núcleo central de toda crítica prática voltada para a superação revolucionária do capitalismo.

Os caminhos traçados pelas mudanças das relações de trabalho têm destruído todas as perspectivas otimistas com a modernização. Colocado diante de uma crise estrutural que se agrava a cada momento em todas as regiões do planeta, e acompanhando o movimento geral da mundialização do capital, o capitalismo contemporâneo, descrente com os antigos métodos e políticas econômicas desenvolvimentistas, lança contra o trabalho humano todas as suas garras. Segundo o escrutínio de uma das mais significativas corporações do mercado mundial, "em 1996, havia quase 36 milhões de desempregados nos países da OCDE, cerca de 6 milhões a mais que em meados dos anos 80 e quase 25 milhões a mais que nos inícios da década de 1970" (The OECD Observer, 1998). Numa satânica combinação com o desemprego estrutural em larga expansão, os planos empresariais do grande capital têm feito os empregados trabalharem cada vez mais e receberem cada vez menores salários. O desemprego estrutural, o aumento do tempo de trabalho e o arrocho salarial têm sido apenas as evidências mais claras de um conjunto gigantesco de aumento da exploração sobre a classe trabalhadora nesse final de século.

Desprovidos das possibilidades de crescimento significativo da asfixiada economia capitalista, os poderosos magnatas de todo o mundo têm procurado soluções para conquistar trabalhadores mais baratos e produtivos. As experiências das unidades de produção da Toyota, no Japão, durante os anos 80, orientam hoje a modernização das relações de trabalho, apontando uma superação dos antigos métodos fordistas e tayloristas que sustentaram as relações capitalistas por grande parte do século 20. Segundo essas novas formas de regulação do trabalho, o trabalhador perde, em sua grande maioria, o antigo status de peça fundamental do sistema produtivo, enquanto que uma pequena minoria desses ganha, diante de máquinas de arrojada tecnologia, a arriscada responsabilidade de fazer funcionar a cadeia industrial. O toyotismo promove um enxugamento radical da mão-de-obra, diminuindo custos com salários, e compensa esse enxugamento através da exploração concentrada. Nas chamadas "ilhas de produção", onde um trabalhador cuida de mais de uma máquina, o controle sobre o tempo de trabalho tem aumentado. E tudo isso tem sido combinado à integração de trabalhadores através dos vários programas de qualidade total (5S, ISO 9000, 9002...) a ponto de existir hoje, como um componente interno da produção, reuniões entre patrões e empregados para se discutir como melhorar a produtividade das empresas.

Nesse cenário, o trabalho tem sofrido um processo de alienação quase nunca antes visto. No interior de fábricas, escritórios e fazendas a ditadura sobre o tempo de trabalho predomina ainda, e agora com novos e mais "racionais" sistemas de cronometragem. Por outro lado, agiganta o contingente de mulheres e homens que, sujeitados à pressão do desemprego, são obrigados a aceitar condições precárias de trabalho, tendo muitas vezes que migrar de empresa em empresa, de região em região, ou mesmo de país em país, para sustentar-se na corda bamba do emprego.

Nunca antes se produziu tanto, e a pobreza cresce a passos largos. Cresce hoje, ainda mais, o fosso entre a sustentação da produção de riquezas na esfera de algumas poucas mega-empresas multinacionais e a miséria a que é submetida a grande massa de trabalhadores de todo o mundo. Desde o momento em que o capitalismo mundial deixou de gozar dos antigos bons níveis de crescimento (produtividade, produto interno bruto...) dos anos do Segundo Pós-Guerra, as empresas capitalistas não podem mais hastear a bandeira do pleno emprego e do bem-estar como benefícios naturais do sistema de mercado. Pelo contrário, a tônica do momento, para o capitalismo internacional, tem sido, além da precarização acentuada das relações de trabalho em todos os setores da economia, o acirrado aumento da pobreza humana. Hoje, no mundo, chega a se falar em cerca de um bilhão de desempregados. Além disso, nos atuais níveis da tecnologia de produção e da volátil economia de investimentos financeiros, tornou-se imensamente mais fácil para as empresas de grande porte migrar para qualquer canto do planeta em busca de custos mais baratos e de mercados mais rentáveis. Isso significa, para o trabalhador comum, uma violenta usurpação das antigas condições de trabalho e da seguridade do emprego. Não é por acaso que o trabalhador contemporâneo, mesmo quando contemplado pelo emprego, não possui qualquer segurança para manter-se trabalhando. Tudo está cada vez mais a cargo da decisão das empresas capitalistas, e é comum termos grandes setores de produção sustentados por trabalhadores temporários, sem qualquer perspectiva de manter-se em um único ramo, e incapazes de tornarem-se especializados. Tudo isso significa mais pobreza para os trabalhadores, uma pobreza que não provém de qualquer calamidade da natureza, ou da falta de meios de produção, mas uma pobreza artificial, só possível de existir num sistema produtivo como o capitalista, para o qual a corrida pela realização do lucro está colocada acima de qualquer interesse.

O aumento da alienação do trabalho

Na atual conjuntura de crise estrutural do capitalismo contemporâneo, com o acentuado crescimento da precarização das relações de trabalho, a grande produção social torna-se, em níveis cada vez maiores, um processo universalizante de alienação do trabalho. Muito mais do que antes, os trabalhadores têm-se deparado com uma experiência de trabalho degradante, onde o tempo de trabalho torna-se, em todas as dimensões, um tempo de não-vida.

O trabalho alienado é a produção de coisas executada por sujeitos que não possuem qualquer controle sobre o que produzem. É a condição em que o trabalhador torna-se apenas um instrumento de uma produção material exterior e autônoma. Karl Marx, na conjuntura das primeiras revoluções industriais na Europa, denunciava o trabalho alienado como o portador da transformação dos operários em um simples "apêndice das máquinas" em que trabalhavam.

De lá para cá, muito se tem feito no sentido de intensificar ainda mais essa condição para os trabalhadores. Na medida em que o trabalhador se desvencilha de qualquer controle sobre a produção material, aumenta o controle exterior sobre o processo produtivo, aumentando a produtividade para a diminuição de custos, criando as condições necessárias para a realização do capital. Sem essa usurpação constante do controle sobre o trabalho, o capitalismo não teria como perpetuar-se como sistema econômico, e isso, nos atuais padrões mundiais, torna-se uma necessidade imperiosa para o domínio das grandes empresas. Dessa maneira, vivemos um momento de intensificação da exploração sobre os trabalhadores onde o trabalho alienado constitui-se o núcleo central de toda miséria e condição sine qua de toda a estrutura social moldada segundo as determinações do capitalismo encontraria seu fim.

Sob as determinações do capital, a capacidade de trabalho, a capacidade mesma de existência do homem enquanto ser humano, encontra-se comprometida por uma produção econômica autonomizada. Na produção capitalista, essa contradição na esfera do trabalho alienado desdobra-se em todas as dimensões da vida. Dentro ou fora das unidades produtivas, a luta incessante pelo lucro capitalista procura determinar os limites da liberdade social, fazendo com que a totalidade das modernas relações sociais constitua-se em uma imensa reprodutora das formas capitalistas de exploração do trabalho. As estratégias de controle sobre o trabalho e do disciplinamento social estão tomando conta das principais dimensões da vida cotidiana - urbanismo, lazer, educação, saúde... Não apenas o tempo de trabalho, mas também o próprio tempo livre dos trabalhadores passa hoje a ser objeto de intenso controle. Na medida em que o capitalismo mais e mais necessita intensificar a exploração assalariada, observamos o crescente sufocamento do controle social sobre todos os costumes, tradições e formas de autodeterminação humana que não se adequam diretamente às exigências dos padrões de produtividade.

Na base do trabalho alienado estão as relações assalariadas. Somente nessa forma histórica do trabalho, o capitalismo pôde encontrar as condições ideais de reprodução do capital. O trabalho assalariado pressupõe a completa expropriação dos homens de qualquer meio de produção, fazendo com que o trabalhador só possa sobreviver submetendo-se à ditadura da empresa capitalista. É por isso que o trabalho assalariado torna-se hoje uma das condições mais degradantes do homem. Quando inserido no trabalho assalariado, o indivíduo perde toda autonomia de decisão sobre o seu trabalho, isso tanto nas relações tayloristas - para as quais todo o trabalho deve seguir um único método ditado pela gerência -, quanto nas mais modernas relações toyotistas - que permitem uma variação desses métodos, mas apenas admitidos se comprovadamente produtivos. Assim, a atividade produtiva, a forma de humanização por excelência, torna-se necessariamente uma atividade administrada, controlada por outrem, alienada. Como atividade realizadora do capital, o trabalho assalariado é um trabalho economizado. Nas relações capitalistas, o trabalho humano converte-se em trabalho abstrato, o tempo de trabalho abstraído de toda qualidade. O que importa para a empresa capitalista é o quanto cada trabalho vai custar, mas não as habilidades de cada trabalhador. Este passa a ser apenas um instrumento da auto-valorização do valor, um dispêndio de força física, sem subjetividade, sem vontade, uma coisa como outra qualquer.

A sabotagem e a resistência ao trabalho alienado

"Não sois máquinas, homens é que sois" (Charles Chaplin, O Grande Ditador).

Mas o que foge a todas as pretensões capitalistas é o fato de que por trás de todo trabalho está um ser humano; apesar de todo controle exercido sobre o trabalho, os trabalhadores criam inevitáveis relações sociais e resistem à alienação. "Com a quantidade dos trabalhadores simultaneamente empregados cresce sua resistência e com ela, necessariamente, a pressão do capital para dominar essa resistência. (...) Com o volume dos meios de produção que se põem diante do trabalhador como propriedade alheia, cresce a necessidade de controlar adequadamente a aplicação desses meios" (Marx). Sem levar em consideração essas características, toda uma moderna sociologia e um punhado de "críticos" têm-se perdido na busca por uma avaliação correta sobre os caminhos e descaminhos das lutas de classes em nossos dias.

Como que envolvidos pelo mesmo fetichismo que dizem criticar, esses senhores, via de regra prostrados atrás de uma escrivaninha, lançam aos quatro ventos a "descoberta" de que todo o movimento operário - com sua luta pela diminuição da jornada, por melhores condições de trabalho ou por maiores salários - nada mais significou do que expressões da grande marcha pela modernização do capital.

Criminalizando a trajetória do movimento operário através de alguns poucos lances de argumentos - e sem qualquer preocupação de conhecer e analisar com propriedade as reais experiências de luta dos trabalhadores - esses novos "críticos" somam-se à problemática tradição substitucionista do movimento socialista do último século e meio. Aos olhos desses, os trabalhadores não parecem resistir, lutar, nem tampouco projetar uma vida superior. O homem contemporâneo, participando de um mundo completamente administrado, nada mais seria capaz de fazer contra as leis cegas do mercado ou os limites estreitos da moderna ordem política representativa. No extremo dessa tendência, o Grupo Krisis, da Alemanha, chega a afirmar que isso ocorre "Não apenas porque eles [nós, os trabalhadores] precisam obrigatoriamente se vender só para 'poder' viver, mas porque eles se identificam realmente com a sua existência limitada" (Manifesto contra o trabalho).

A despeito disso tudo, e de uma real integração subjetiva de grandes parcelas de trabalhadores ao sistema do trabalho assalariado, a resistência e a luta não abandonaram o cotidiano da classe operária. Decerto o capitalismo contemporâneo tem minado as possibilidades de sobrevivência do velho sindicalismo. Os atuais níveis de crise econômica combinados a um processo estrutural de alteração das relações de trabalho tem lançado por terra os antigos programas de luta das organizações dos trabalhadores. As reformas para melhor no interior do sistema capitalista de trabalho constituem-se hoje em perspectivas cada dia mais ilusórias. As diminutas possibilidades de melhorias para a classe trabalhadora através das esferas estatais tem comprometido a própria estrutura eleitoreira e institucionalista da velha esquerda. Nesse sentido, vivemos um momento de largo declínio do velho movimento operário. Não obstante, um conflito subterrâneo vem marcando a esfera do trabalho durante toda a história, e o capitalismo contemporâneo não fez mais do que deslocar esse conflito - mas de forma alguma conseguiu eliminá-lo.

Quando uma empresa capitalista aglomera indivíduos para o trabalho, ela oferece os elementos mesmos que irão nortear a resistência cotidiana da classe trabalhadora. Na busca de um controle real sobre suas atividades laborais, os trabalhadores burlam a disciplina, enganam seus chefes, resistem às "racionais" medidas de melhoramento da produtividade, tudo isso em nome de um controle real sobre seu trabalho que se encontra alienado. Nesse sentido, a sabotagem diária do trabalho, exercida por trabalhadores no mundo todo, é hoje muito mais do que uma reação espasmódica da classe. A sabotagem expressa a potencialidade de uma resistência que, em sua radicalidade, contesta as próprias bases do trabalho alienado. Desde o momento de formação da classe operária, a destruição de máquinas acompanha a trajetória de luta do povo trabalhador.

Longe de representar uma forma "infantil" ou "irracional" de resistência, o ludismo - seja o clássico movimento inglês de 1811-12, seja o "novo ludismo" gestado no seio do proletariado contemporâneo -, mobiliza em si o descontentamento e o anseio de liberdade. Ao negar o domínio da máquina - que é, na mesma medida, o domínio do chefe, da engenharia de produção, da produção anárquica do mercado... -, os trabalhadores negam a própria lógica de uma economia de produção de mercado, em si uma economia autonomizada diante das reais necessidades humanas.

Diante do trabalho alienado, temos o imenso desafio de recompor, sobre novas bases sociais, a resistência e a luta dos trabalhadores. Se bem examinarmos a trajetória do movimento operário em sua história, poucas vezes as organizações hegemônicas do proletariado chegaram a contestar, na sua radicalidade, o trabalho alienado; poucas vezes chegou a constituir uma crítica de totalidade da vida cotidiana. Se tomarmos como exemplo os regimes implantados pelos partidos chamados comunistas nos países do Leste Europeu, ou em outras regiões do planeta, constatamos uma forma de organização do trabalho herdeira e continuadora do sistema assalariado de produção. Nenhuma experiência dessas implantadas pelos partidos comunistas oficiais levaram a uma real alternativa. O movimento stakanovista na URSS expressa bem isso ao ter implantado, nas fábricas e oficinas soviéticas, um regime de trabalho baseado na autoridade dos dirigentes, na ridicularização dos trabalhadores de baixa produtividade, no estímulo de competição entre os indivíduos etc. Tanto nos países do Leste, quanto nos do capitalismo ocidental, uma mesma forma de exploração marcava o cotidiano dos trabalhadores.

O proletariado mundial necessita compor uma perspectiva realmente alternativa para o trabalho humano. Nada disso poderá ser forjado ao largo da organização dos próprios trabalhadores. Nenhuma organização separada da classe poderá elaborar uma fórmula de emancipação, pois essa emancipação só poderá ser gestada como crítica prática dos trabalhadores, como movimento autônomo e auto-organizado da classe, como um programa de superação de todo o fundamento da vida reificada.

Nesse sentido, o movimento hoje "subterrâneo" do proletariado, ao resistir ao trabalho comandado, conforma o núcleo central de qualquer nova ofensiva contra o capitalismo. A sabotagem é uma parcela importante desse movimento. Através da sabotagem os trabalhadores resistem à exploração - arrocho dos salários, desemprego, larga jornada de trabalho etc. - e, em muitos casos, forjam, através dessa, relações diretas de solidariedade: "hoje eu saboto e você fica de olho no chefe, amanhã é a sua vez de descansar". Certamente, a sabotagem tem feito surgir também divisões entre os trabalhadores. Os "nós cegos", aqueles que ganham individualmente e individualisticamente com a sabotagem, onerando com a sua falta o restante dos trabalhadores, esses não deverão nunca servir de modelo para qualquer luta revolucionária. A sabotagem deve ser uma prática consciente de resistência coletiva.

Mas o que vemos hoje são muito mais as possibilidades de reestruturação da resistência dos trabalhadores através de sua crítica prática cotidiana ao trabalho alienado. O próprio fato de os trabalhadores terem de viver migrando de empresa em empresa por força das relações precarizadas de trabalho, muitos passando por duas ou mais empresas num mesmo ano, faz com que o atual momento histórico permita uma quebra nas antigas formas de integração através do ethos do trabalho, característico das relações paternalistas das antigas relações de trabalho. Superar antigas práticas militantes torna-se, assim, um esforço histórico necessário para o movimento revolucionário. Valorizar a sabotagem contemporânea é uma parte importante dessa superação.

As correntes ideológicas hegemônicas no movimento operário e popular nunca conseguiram chegar à negação radical da ordenação disciplinar do trabalho. Um companheiro revolucionário, ex-metalúrgico e ex-militante de uma organização trotskista brasileira, parece expressar isso quando conta que, no processo de "proletarização" de sua antiga corrente política através da inserção de ativistas nas fábricas do ABC paulista, a orientação geral era: "Para conseguirmos o respeito dos trabalhadores e facilitar a militância, sempre adotamos como critério cumprir e bem todos os 'deveres' profissionais" (trecho de um email que recebemos, numa troca de idéias sobre a questão da "enrolação" do trabalho).

Mas a superação do capitalismo não poderá ser nunca uma superação real sem enfrentar a degradação do trabalho alienado. Reproduzir uma prática cotidiana de relações ordenadas e disciplinadas no interior das organizações dos trabalhadores é levar areia ao caminhão do mundo administrado e alienado do capitalismo contemporâneo. Portanto, a crítica prática de superação revolucionária do capitalismo só poderá ser efetivamente alcançada na medida em que os trabalhadores organizem uma resistência que destrua todas as barreiras entre o trabalho e a vida cotidiana, que realizem um programa de superação da totalidade do sistema, onde a emancipação procurada pelos explorados não seja apenas a pseudo-libertação do cidadão individual abstrato pregado pelo pensamento burguês moderno, mas a auto-superação prática da alienação da vida cotidiana. Nesse sentido, para nós, a atualidade da sabotagem parece sustentar toda atualidade através da assertiva do revolucionário Walter Benjamin, que dizia que toda "construção supõe destruição".

Sabotar o trabalho alienado, num sentido amplo, é exercer na prática a construção de um novo mundo.

 

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